Charlatanismo e Folclore na Medicina Hiperbárica
Infelizmente, desde há muito tempo, a Medicina Hiperbárica tem sido instrumento de charlatanismo e espertezas de diversas categorias, até mesmo o folclore envolvendo Michael Jackson e uma câmara hiperbárica já foi amplamente explorado pela mídia e pseudo-doutores no assunto.
Pessoas que se apresentam como "especialistas", divulgam informações equivocadas, falsas ou mitificadoras e realizam "tratamentos" não reconhecidos pela comunidade científica desta área de atuação médica, iludindo e aproveitando-se da esperança e da boa fé de quem busca uma alternativa desesperada para casos insolúveis ou mesmo de quem busca apenas uma solução mágica para as conseqüências normais do processo natural de envelhecimento.
A Medicina Hiperbárica é uma grande contribuição da ciência e do gênio humano para ajudar pessoas que sofrem de doenças graves, refratárias e muitas vezes desesperadoras, exigindo do médico dedicado a esta área, uma atitude e um desempenho absolutamente comprometidos com a boa ética médica, com a verdade, com o esclarecimento das pessoas quanto às indicações corretas, os riscos e as limitações da terapêutica e com o bem estar e a expectativa de recuperação e cura dos pacientes.
" Como todo conhecimento médico, este também é um bem que não pertence à quem o exerce mas sim a quem dele necessita. "
"Por isso é fundamental exercê-lo com responsabilidade e critérios científicos."
Portanto, as síndromes neurológicas, decorrentes de anóxia de parto, paralisia cerebral, acidentes vasculares encefálicos isquêmicos ou hemorrágicos,autismo, ou patologias neurológicas degenerativas, bem como suas sequelas, não são indicações para tratamento em câmaras hiperbáricas, porque não há base científica que apóie essas indicações e a experiência internacional demonstra resultados insatisfatórios. O mesmo princípio se aplica à lesões medulares, "celulites" e rugas, questões relacionadas com a pigmentação da pele, impotência sexual, esgotamento, estresse, neoplasias e déficits cognitivos ou intelectuais de qualquer tipo. Geralmente o tratamento consiste em apenas, 1 (uma) sessão/dia, sendo poucos e específicos os casos em que estarão indicadas 2 (duas) ou no máximo 3 (três) sessões em 24h e ainda assim por tempo limitado.
Sempre que for divulgado tratamento em câmara hiperbárica para essas condições patológicas,você estará diante do mais indisfarçável charlatanismo se quem anuncia for médico(a) ou do mais descarado curandeirismo, além do crime de exercício ilegal da medicina, caso quem anuncia for leigo.